A CPI da Covid chegará nesta semana ao início às investigações de governadores, começando pelo o estado de Amazonas, reduto do presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), e o estado mais visado pelas investigações da CPI.
Depois do STF (Supremo Tribunal Federal) livrar o governador Wilson Lima (PSC) de comparecer à CPI, as apurações no estado terão o ponto de partida com o depoimento do secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, nesta terça-feira (15).
Junto com o governador Lima, Campelo está envolvido no principal objeto de investigação da CPI: o colapso do sistema hospitalar do Amazonas, em janeiro deste ano. Ele também entrou na mira dos senadores depois de ser preso pela Polícia Federal, na operação Sangria, que apontou desvios na contratação de respiradores de uma adega de vinho e na montagem de hospital de campanha.
O depoimento dele, portanto, pode criar provas contra a gestão de Wilson Lima – que é aliado político de Omar Aziz – nas duas frentes de investigação da CPI: desvios de verbas federais e omissões no enfrentamento ao colapso do estado.
A aliança, porém, parece não ter interferido até agora no trabalho de Aziz à frente da CPI. Após a prisão de Campelo, o senador até antecipou os depoimentos de Lima e do secretário. Ele também afirma que a CPI não terá espaço para "discurso eleitoral".
Por outro lado, acusações de supostos desvios na saúde também já fizeram parte da história de Aziz na época em que ele foi governador do Amazonas. Em 2019, a mulher do senador, Nejmi Aziz, e três irmãos seus foram presos temporiariamente na operação que investigava desvio de recursos públicos no Amazonas.
Ele não se tornou réu e defende que a investigação de sua gestão como governador do estado é baseada em ilações. "Se eu tivesse que ser denunciado eu já teria. Faz mais de um ano e meio isso. Como é que depois de quase dois anos não há uma denúncia contra mim? Sabe por quê? Porque não tem nada consistente", afirmou em maio ao programa Roda Viva, da Tv Cultura.
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